Foto: Roberto Parizotti
Há exatos 30 anos, acontecia o segundo episódio de enfrentamento entre os trabalhadores na Ford e a empresa, durante a Greve dos Golas Vermelhas.
Foi logo depois do almoço, quando foram informados que a montadora não pagaria o adiantamento salarial dos não-grevistas. Eles partiram para o prédio do RH e lá começaram a depredar portas, móveis e tudo o que viam pela frente.
Os representantes dos trabalhadores estavam no prédio, na portaria 03 do Taboão, tentando convencer a Ford a efetuar os pagamentos, para que não ocorresse novamente o que já tinha acontecido na última sexta, dia 20 de julho.
Era tarde demais. Um sofá voou em direção a porta de vidro da entrada, depois um extintor na porta da agência bancária, ‘a peãzada’ estava enfurecida.
Isawa e Bagaço correram para o pátio para tentar acalmar os companheiros e, para isso, subiram na carroceria de uma caminhonete que estava estacionada.
- Desce, desce japonês que a gente vai meter fogo.
Os dirigentes desceram e em um segundo a caminhonete estava virada com a mangueira de gasolina cortada e em chamas.
Eles não estavam de brincadeira.
Confira também a matéria especial sobre os 30 anos da Greve dos Golas Vermelhas escrita pela jornalista Luciana Yamashita para a Tribuna Metalúrgica.
Fotos: Roberto Parizotti