Foto: Rossana Lana
O projeto de resgate da memória da Greve dos Golas Vermelhas foi, inicialmente, pensado como uma exposição fotográfica do material produzido pelo Sapão à época.
Em 2011, debatíamos - eu e o Sapão - uma maneira de viabilizar a digitalização de mais de 240 mil fotogramas de seu acervo. Um trabalho gigantesco e caro.
Pensamos então em fracionar o material por assunto, na intenção de que o processo de digitalização se tornasse viável e pudesse ser utilizado como um projeto piloto.
Surge o Projeto Golas Vermelhas, com a previsão de uma exposição fotográfica com 50 imagens, uma para cada dia de greve; um livro pra contar a história da luta dos trabalhadores na Ford e um vídeo documentário, com as imagens obtidas pelo cinegrafista da TVT, o Banana (também testemunha ocular do movimento).
Ao mesmo tempo em que debatíamos as questões sobre o Projeto, conversávamos com os protagonistas da Greve.
História paralela que impulsionou o projeto
Em 1º de dezembro de 2012, o vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Rafael Marques assume a Presidência da entidade, com a ida do então presidente Sérgio Nobre para a Secretaria Geral da CUT.
Rafael é Gola Vermelha. Participou ativamente como militante em 1990, foi um dos demitidos pela Ford, em represália ao movimento, e foi reintegrado pela luta de seus companheiros.
No dia 17 de julho de 2014, dois dias antes de assumir o novo mandato para o qual tinha sido recém eleito, Rafael recebeu do Sapão um quadro de uma das cenas mais tensas e simbólicas da Greve dos Golas Vermelhas: a ocupação da fábrica da Ford pela tropa de choque da Polícia Militar, no dia 26 de julho de 1990.
No ano seguinte completariam 25 anos da Greve dos Golas Vermelhas e começamos a correr para finalizar o Projeto e, então, apresentá-lo ao presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.
Muita coisa aconteceu e não aconteceu desde então, mas a luta continua.....
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