Conheci o Sapão (Roberto Parizotti) em 1998, quando era repórter-fotográfica do Diário do Grande ABC, em Santo André, ABC Paulista. Seu trabalho fotográfico é admirado por muita gente, estou entre essa gente, que o chamam, carinhosamente, de mestre.
Quase doze anos depois, quando estava assumindo a tarefa de emprestar o meu olhar ao Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, inspirada por aquele que já o tinha feito desde a década de 80, fui buscar conselhos com o ele.
Entre as nossas longas conversas, eu estava particularmente interessada em que ele me contasse um pouco do que tinha vivido, durante a Greve dos Golas Vermelhas.
Sua empolgação ao contar sobre aqueles 50 dias de luta dos trabalhadores na Ford, em São Bernardo do Campo, despertou ainda mais a minha curiosidade jornalística, mas foi mais que isso: o bichinho da luta me picou.
"A peãozada baixava o freio de mão dos carros recém saídos da linha de produção e empurravam uns contra os outros no pátio da fábrica", gargalhava.
Que loucura...
Foto: Rossana Lana
